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Coworking: quatro espaços de trabalho coletivo em SP

Nasce um novo jeito de trabalhar: o coworking integra profissionais de diferentes áreas num mesmo ambiente e dá liberdade para que criem a própria rotina

Por Por Luisa Cella (texto) | Fotos Luis Gomes
Atualizado em 16 fev 2024, 14h17 - Publicado em 26 set 2013, 23h00

Ao falar sobre coworking, é comum surgirem as palavras flexibilidade, liberdade, criatividade, compartilhamento e networking. Todas elas representam os benefícios que empreendimentos desse tipo, quando bem-estruturados, são capazes de oferecer. A proposta do sistema é clara: alugar pontos ou salas para autônomos e empresas trabalharem de forma independente, mas compartilhando a infraestrutura do mesmo local. Cada um fecha o plano que mais lhe convenha, geralmente estipulado por pacotes de horas ao mês. A maioria dos adeptos procura o esquema por achar que produz menos num home office ou por não querer arcar com os custos de um escritório particular. De quebra, passa a fazer parte de um ambiente onde o fluxo de ideias e projetos é grande, assim como é maior a chance de surgirem novas parcerias, pois profissionais de diferentes áreas convivem, literalmente, lado a lado. O termo “coworking” foi inaugurado em agosto de 2005 pelo jovem americano Brad Neuberg, um engenheiro de computação que procurava a solução para um dilema moderno: “Parecia que eu precisava escolher entre um emprego que me daria estrutura e convívio social ou ser freelancer e garantir minha independência. Por que eu não poderia ter os dois?” Brad montou, então, seu negócio e começou a alugar mesas para conhecidos. Após oito anos, o método se consagrou por todo o mundo, e o número de adeptos se multiplicou. Aqui, elegemos quatro exemplos paulistanos com propostas distintas, em que a boa ambientação é fator essencial para garantir um serviço de qualidade.

 

Para começar bem: as antigas lojas do último andar de uma galeria viraram um coworking iluminado e descolado, ponto de encontro de jovens talentos

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Entre os primeiros coworkings inaugurados no país, está o Ponto de Contato, aberto em 2008, em Pinheiros. Quando sua eficiência ficou provada, a proprietária, Fernanda Nudelman, decidiu mudar para uma área maior, no último andar da Galeria Ouro Fino, no Jardim América. Ela convidou um membro do grupo, o arquiteto Gianpaolo Granato, para a obra. “A ideia era valorizar as características modernistas do edifício, assinado por Jorge Wilheim. O ambiente tem bastante luz e pode receber eventos”, conta Gianpaolo. Antigas lojas do andar foram transformadas numa grande sala principal, onde ficam as estações de computador. Cômodos menores sediam reuniões. O melhor: os coworkers podem trabalhar ou descansar num terraço. Com o tempo, o escritório de Gianpaolo cresceu, e ele saiu do Ponto de Contato. O mesmo acontece com outros projetos embrionários, como o da loja de móveis Oppa. O alemão Max Reichel chegou ali quando a marca ainda estava no plano das ideias e fazia seus primeiros contatos. Hoje, tem um espaço na Vila Madalena e é um case de sucesso, um bom exemplo do objetivo deste coworking – atrair jovens empreendedores oferecendo suporte para seu desenvolvimento, o que inclui um plano de consultoria com profissionais associados. Ponto de contato: www.ptodecontato.com.br. Rua August, 2690. tel. (11) 2626-0860.

 

Conviver é produtivo: áreas de lazer e até um café favorecem a troca entre os profissionais que dividem este imóvel com três salões compartilhados, além de 25 salas individuais

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O B4i Hub surgiu como empreendimento paralelo do proprietário da agência de publicidade Brain4Ideas, que já funcionava no endereço. O publicitário Dirceu Neto sabia que o casarão conseguiria acomodar mais gente além de seus 40 funcionários na época e decidiu oferecer o aluguel de pontos para empresas e autônomos. No início, em 2012, o foco eram profssionais do mercado de comunicação e arte, mas o grupo diversifcou. “Todos ganharam, porque o networking cresceu”, conta Julia Escobosa, gestora de marketing da Brain4Ideas. As arquitetas Luciana Fioratti e Luiza Biagi, da 2L Arquitetura, que mantêm uma sala, encontraram ali parceiros para o projeto de coworking que estão desenvolvendo em Florianópolis. A dupla de designers da Animalzero se juntou a elas para criar a identidade visual do conjunto. “Quando precisamos da ajuda de outro profissional, podemos encontrar no ambiente ao lado”, conta Bruno Candiotto, da Animalzero. Isso tudo numa atmosfera informal e descolada, idealizada por Dirceu e pelo escritório de arquitetura a:m studio, com várias opções de canto de trabalho, desde mesas compartilhadas até um quintal com café ou a laje, aonde é possível levar o laptop. No início de 2013, a casa vizinha foi agregada ao complexo. Lá, vão inaugurar outro coworking no fnal do mês, focado em moda. A ideia veio de uma estilista que hoje partilha o B4i Hub. B4i Hub: www.b4i.com.br. Rua Groenlândia, 808 e 848. tel. (11) 3372-1717.

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Compromisso socioambiental: desde a marcenaria até os detalhes, todo este projeto foi cuidadosamente idealizado em conjunto por seus membros

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“As pessoas nos procuram mais por causa da proposta, que é reunir gente interessada em causar um impacto positivo na sociedade”, revela Roberto Rodrigues, à frente do Impact Hub. Com duas unidades paulistanas, nos bairros dos Jardins e da Vila Madalena, o Impact pertence a uma rede mundial, presente em mais de 40 cidades. Além dos planos para aluguel de estações de trabalho, oferece serviços de consultoria, parcerias e contatos para acelerar projetos, sem contar uma série de workshops. Os membros passam a fazer parte também de uma comunidade online – a Hubnet –, que conecta mais de 6 mil empreendedores de diversos países. Na hora de realizar a ambientação, Roberto revela que optaram por praticar o codesign. “Antes de desenhar os locais, formamos um grupo de participantes e eles atuaram efetivamente no processo, criando maquetes e levantando ideias.” Na sede dos Jardins, destaque para o amplo salão e o detalhamento da marcenaria. Ali, funcionam empresas como a Change.org, de petições online, e a Carbono Zero, de entregas por bicicleta. Essa última tem atualmente 40 funcionários, mas não precisa de muitas estações fixas de computador, pois a maioria deles passa o dia na rua, em plena atividade. Impact Hub: https://www.saopaulo.the-hub.net. Rua bela CintraA, 409. tel. (11) 3539-8574.

 

 

Reuniões gourmet: o objetivo aqui é funcionar como um ambiente estiloso, onde marcas de todo o mundo podem atuar e fechar negócios

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“O coworking não é necessariamente um escritório de quem não tem escritório. A palavra significa ‘trabalhando junto’. Isso não quer dizer que são apenas universitários ou pessoas que estão começando”, afrma o arquiteto Kiko Sobrino, idealizador do Lab & Factory. Segundo ele, a proposta é oferecer uma atmosfera descontraída para empresas e autônomos que queiram realizar reuniões ou busquem estações de trabalho. A maioria dos adeptos da Lab & Factory vem dos ramos de arquitetura, design e gastronomia. Alguns já são marcas conhecidas. No espaço, além de cruzar interesses, eles se encontram com nomes internacionais que desejam entrar no nosso mercado. Os profissionais à frente da empresa coreana Naru, por exemplo, de papéis de parede, permaneceram no imóvel durante um ano, contando com o auxílio de Kiko na hora de travar sociedades e na busca do endereço ideal para a sua loja. As reuniões acontecem especialmente na cozinha modulada e bem-equipada. O proprietário assina o projeto dos ambientes e mantém ali também o seu escritório. Com o intuito de hospedar qualquer evento, a distribuição investe na flexibilidade. Lab & Factory: Rua da Consolação, 2900. tel. (11) 99850-2266.  

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