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Casa paulistana cercada de prédios tem espaço até para o jardim

Mesmo num adensado bairro paulistano, esta casa consegue duas proezas: amplitude e integração total ao jardim, sem pôr a privacidade a perder

Por Por Daniela Hirsch (texto) e Deborah Apsan (visual) Projeto CR2 Arquitetura Fotos Fran Parente
Atualizado em 16 fev 2024, 15h49 - Publicado em 19 nov 2014, 20h23

Na rua estreita e curtinha, de apenas um quarteirão, prédios e alguns sobrados conviviam com a cozinha industrial de uma rôtisserie. Lugar aparentemente improvável, a fábrica de massas e tortas se mostrou o reduto ideal para a família paulistana, ansiosa com a perspectiva de trocar a vida em apartamento por uma casa cheia de verde e luz natural. Fazer brotar esse cenário no terreno ocupado pelo velho galpão, missão confiada às arquitetas pernambucanas Clara Reynaldo e Cecília Reichstul, parecia difícil. Afinal, trata-se do bairro dos Jardins, região altamente adensada da metrópole. Mas elas chegaram lá. “Desenhamos uma caixa de concreto com grandes aberturas para um lado do lote, onde concentramos os jardins. O pé-direito duplo na sala de estar, com quase 6 m de altura, deixa a exuberância do paisagismo à vista de qualquer ponto da ala social e da passarela”, explica Clara. Apoiada em estacas de concreto moldadas na obra, a construção usa vigas invertidas na estrutura. Assim, as lajes ficam livres de interferência para quem as vê do térreo. “Essa escolha ainda favoreceu a passagem de toda a tubulação da área íntima entre a laje intermediária e o piso do andar de cima”, detalha a arquiteta. Retas, as linhas do projeto pediam cobertura com a mesma identidade – daí o telhado plano, impermeabilizado, que abriga as caixas-d’água de inox, o condensador do ar-condicionado e a saída da coifa. Os enormes vãos, que chegam a 15,90 m de comprimento no térreo, receberam discretas esquadrias de alumínio envidraçadas, aliadas da constante presença da claridade. Mesmo em dias chuvosos, elas podem permanecer abertas, já que a extensa jardineira no piso superior faz as vezes de beiral, tirando partido de seu 1 m de largura – mesma dimensão do piso de granilite que se estende do caixilho em direção ao jardim. O equilíbrio perfeito entre a amplitude de tais aberturas e a privacidade dos moradores faz desta casa um verdadeiro oásis na paisagem urbana. Difícil acreditar que tantos edifícios a cercam.

 

Funções bem definidas

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A casa de três suítes possui organização tradicional, com área social no térreo e ambientes íntimos no andar de cima. Predominam o concreto aparente, o granilite e a madeira.

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Área: 387 m²; Construção: Foz Engenharia; Estrutura: Benedictis Engenharia; Projetos elétrico e hidráulico: Engeplot; Iluminação: CR2 Arquitetura; Paisagismo: Rodrigo Oliveira

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