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Casa no interior explora ao máximo a iluminação natural

Tanta luz jamais poderia ficar de fora desta casa em Araraquara (SP) – e ela desenha sombras, iluminaa a rampa, reflete no piso de pedra e realça as linhas do projeto

Por Por Marianne Wenzel | Projeto Reinach Mendonça Arquitetos Associados | Fotos Nelson Kon
Atualizado em 19 jan 2017, 15h51 - Publicado em 14 nov 2013, 16h01

Pode-se dizer que as fotos desta reportagem registraram um fenômeno raríssimo no dia a dia desta casa. Ela nunca está vazia assim. Aqui, sempre tem gente chegando, gente saindo, gente subindo, gente descendo. Conversando, cozinhando, brincando, descansando, nadando, dormindo, namorando. Vivendo. Os donos, um discreto casal de Araraquara radicado em São Paulo, até pensaram em construir seu segundo endereço na praia ou na montanha. “Mas, se fizéssemos isso, criaríamos um complicador. Queríamos estar junto da família”, conta o proprietário. E que família: do lado dele, são quatro irmãos e, do dela, três. Todos casados e com filhos, num total de 12 sobrinhos (e até três sobrinhos-netos!). Em resumo, num fim de semana comum, a morada atrai facilmente 18 bocas – número de lugares da mesa de jantar. “O mais difícil de desenhar uma residência para reunir tantas pessoas é que os clientes sempre contam com a lotação máxima”, diz o arquiteto Mauricio Mendonça, autor do projeto com o sócio, Henrique Reinach. “Nossa função é organizar os ambientes de forma que atendam à medida do sonho, sem ficar superdimensionados e, por consequência, subutilizados”, explica. Como não poderia deixar de ser, a área social é o coração da planta, conectada à varanda e ao jardim. E, já que ficar em casa é o programa, fez-se da circulação interna um verdadeiro passeio – daí o uso da rampa em vez de escadas, recurso comum nos trabalhos da dupla (sempre que a proporção permite, é claro). “Essa maneira de percorrer os espaços nem se compara a subir escada prestando atenção nos degraus”, fala Henrique. O morador que o diga. “Não aguentávamos mais enfrentar o modelo caracol da casa da minha sogra com as malas”, diverte-se. Vista como elevação do piso, e não um recorte dele, a rampa cumpre mais do que a função de transpor a distância entre os andares. Ela os interliga visualmente, bem como o pé-direito alto e o chão de pedra são tomé, que forra todo o térreo, dentro e fora. “A paginação das placas foi detalhada no projeto”, conta o dono, orgulhoso. Sim, rigor é bom. Mas há algo melhor ainda: poder caminhar descalço, sem medo de escorregar, sobre um chão agradável ao toque. Porque, aqui, gente circulando é o que não falta.

 

Nada de espaços estanques

Em casas de lazer; o desafio é dimensionar o tamanho dos cômodos e a relação entre eles para que não se criem lugares isolados. Veja abaixo duas boas soluções de circulação deste projeto. 

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Terraço conectado: a laje da varanda deu origem a um solário, ao qual se chega pelo jardim ou, então, pela sala de TV, no piso superior. A suíte do casal também tem ligação direta com ele.

 

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Cozinha acessível: naturalmente, ela está perto da sala de jantar e da copa. O acesso pelo andar superior é facilitado graças a uma escada – assim, os moradores não precisam percorrer a rampa toda para ir até o ambiente.

 

Área: 1151 m²; Estrutura: Benedictis Engenharia; Elétrica e hidráulica: Pessoa & Zamaro; Construção: BVM Construtora; Luminotécnica: Gilberto Franco e Carlos Fortes; Paisagismo: Raul Pereira; Interiores: Maria Brasil Arquitetura e Interiores

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