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Casa com jeito de galpão mescla moda e arquitetura

Confeccionada sob medida a estilista Giuliana Romanno e sua família, esta casa dispensa excessos. O caimento perfeito foi proeza da arquiteta

Por Por Joana L. Baracuhy (texto) e Mayra Navarro (visual) | Projeto PauLa Bittar | Fotos Cacá Bratke
Atualizado em 19 jan 2017, 15h38 - Publicado em 22 Maio 2013, 18h22
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Geométricos, recortados e feitos com materiais tecnológicos: assim são os looks criados por Giuliana Romanno, líder talentosa da grife que leva seu nome. O fato de esses termos servirem à descrição de uma obra arquitetônica sugere que a costura entre moda e arquitetura anda cada vez mais ajustada – constatação natural numa época em que todos os tipos de design se misturam. Neste caso, o apuro estético e o apreço pelo acabamento da estilista marcaram tudo o que foi erguido no terreno localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. “Pensamos menos literalmente, buscando sensações, lembranças de lugares, referências”, diz ela a respeito do modo como orientou, junto com o marido, a arquiteta Paula Bittar. “A ideia era que a casa traduzisse um espírito urbano, típico das grandes metrópoles do mundo”, explica Paula. O jeito de galpão, meio industrial, surgiu nesse ponto ainda precoce do projeto, assim como as linhas e cores discretamente minimalistas. Para maior privacidade e segurança, os clientes encomendaram à arquiteta uma varanda exclusiva para o casal, uma área de churrasqueira com horta e chuveiro ao ar livre e vetaram a abertura de janelas para a rua. O pé-direito duplo do grande ambiente social – misto de estar, cozinha, sala de jantar e home theater – foi outro pré-requisito que alinhavou o projeto. “Manter 6 m de altura livres no living roubou espaço do segundo andar e me obrigou a desenhar com cuidado as suítes da área íntima”, conta Paula. A escada também nasceu desse jogo de montar. Para não encostar em uma parede lateral nem atravessar inconvenientemente a construção, a estrutura de metal teve parte deslocada para fora da moradia, encaixada numa vitrine transparente. Se houve estranhamento inicial com a armação superdiferente, nada restou um ano após concluída a obra. Giuliana diz que o lugar é gostoso de viver e que aproveita a integração dos ambientes para ficar de olho nos filhos pequenos. No dia a dia, sobe e desce os degraus com a desenvoltura de quem sabe tudo de passarela. Parece segura de ter alcançado para sua casa o mesmo equilíbrio entre conforto e inovação que garante o sucesso das melhores coleções.

 

Formato simples lembra galpão

Os espaços principais se concentram num grande bloco, sem telhado e com materiais brutos à mostra, realçando o feitio industrial. Na área de convivência há poucas divisórias, efeito obtido pela estrutura de concreto armado que atravessa a moradia de lado a lado e possibilita vãos de até 6 m nos ambientes.

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A construção fica no centro do terreno de 10,25 x 36,50 m, com garagem na frente e edícula atrás. Como queria uma passagem de serviço (cozinha e lavanderia foram posicionadas à direita da casa), a arquiteta manteve o recuo dessa lateral apenas no térreo. Nesse trecho, o andar superior encosta no vizinho, abrindo espaço para closet, sala íntima e o banheiro da suíte.

 

 

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