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Casa entre montanhas tem vista para a represa em Minas Gerais

Contemplar a superfície espelhada da represa é uma espécie de meditação nesta casa de lazer, que se esconde entre montanhas e estradas sinuosas no sul de Minas Gerais

Por Por Deborah Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) / Projeto Marcelo Alvarenga e José Ricardo Fois / Fotos Eduardo Pozella
Atualizado em 14 set 2018, 11h42 - Publicado em 23 set 2014, 17h26

É quase como ter o mar no quintal em pleno sul de Minas Gerais, onde montanhas contornam o horizonte. Esta porção de água se trata, na verdade, de um reservatório artificial famoso por ali: o Lago do Funil, com cerca de 35 km², surgido em 2002 por causa de uma usina hidrelétrica no curso do Rio Grande. Desde então, as pessoas dos arredores passaram a instalar seus refúgios de fim de semana nas margens da represa – caso de Luiz Fábio, Juliana e suas três filhas, moradores de Lavras, situada a 30 minutos do terreno de 8 mil m2. “Com nossa construtora, iniciamos a estrutura da casa, mas não nos identificamos com ela”, conta Juliana. Por isso, no meio do caminho, chamaram os arquitetos Marcelo Alvarenga e José Ricardo Fois, de Belo Horizonte. “Ficou claro que a lagoa deveria ser o elemento de destaque do projeto. Porém, no desenho original, quem chegava via primeiramente o mezanino, erguido em torno de um vão, com a sala de jantar no meio. Mudamos o acesso principal de lugar para transformar a vista, logo de cara, numa surpresa”, explica Marcelo. Essa ideia desencadeou mudanças em série, a começar por aquele vão central, com pé-direito de 6 m. Aberto para o lago, ele é, agora, uma espécie de continuação da área externa. “O vazio se tornou um espaço meio cenográfico, com jardim interno. A mesa de jantar foi parar na lateral, mais reservada e menos pomposa.” Outro acerto precisou ser feito na fachada, adequando os encaixes e a proporção dos volumes e das janelas na busca de mais simetria. Por fim, uma cozinha acolhedora seria perfeita para os donos. Afinal, eles nunca vão lá com menos de três casais de amigos e um monte de crianças, que correm pelo pomar e entre as palmeiras e os ipês, plantados recentemente. “Esse ambiente ficou especial: o fogão a lenha, a madeira, a luz difusa na hora do pôr do sol… Ali, a gente tem a impressão de que a casa sempre existiu desse jeito”, fala Luiz Fábio. Não custa acreditar que sim. E, da mesma forma, permitir-se fazer de uma represa o próprio oceano.

 

Configuração repensada

Comprida, a planta organiza os ambientes ao redor do pátio com pé-direito alto.Diante dele, a grande varanda antecede a piscina e o lago

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planta

 

– Verde dentro de casa: antes destinado à mesa de jantar, o vazio central foi preenchido com palmeiras que aguentam sombra. “Quis ocupar com paisagismo este espaço de proporções não muito aconchegantes”, explica Marcelo

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– Estar recolhido: instalado no nível intermediário, ele virou um ambiente acolhedor e privado. Com 6 m de comprimento, o rasgo de vidro veio na reforma. “refizemos a estrutura, pois havia dois pilares”, lembra o arquiteto.

– Entre os quartos: com 2,15 m de largura, este corredor dá acesso a três das cinco suítes do pavimento superior. O paredão, coberto de ripas de madeira de demolição, embute um roupeiro e duas portas.

 

Área: 755 m²; Construção: Construtora Cherem; Cálculo estrutural: Luiz Fábio Cherem; Paisagismo: Vera Alcântara.

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