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Casa em condomínio do Mato Grosso do Sul esbanja sofisticação

Projetada por Tathyane Sangalli, do CasaPRO, a casa sul-mato-grossense é elegante e possui arquitetura modernista

Por Alex Alcantara
Atualizado em 16 fev 2024, 15h44 - Publicado em 22 out 2014, 15h40
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Com 250 m², localizada em Campo Grande (MS), a casa térrea projetada por Tathyane Sangalli, proprietária da empresa TS2 Arquitetura e Construções, mescla aspectos modernos com a funcionalidade e aproveitamento dos ambientes. “A proposta inicial era uma casa pequena e muito prática, que propiciasse a convivência e as reuniões familiares, com a garantia de privacidade quando necessário”, relata Tathyane. Pelas limitações da taxa de ocupação, surgiu a ideia de uma casa com os quartos situados no térreo e uma sala com ampla varanda no pavimento superior – formando uma espécie de mezanino. Das características locais, foram aproveitadas a iluminação e a ventilação natural, de acordo com o posicionamento da edificação em relação à orientação solar e à ventilação cruzada. “As varandas ou espaços sombreados para um tereré (bebida típica da região, espécie de mate gelado) e um bom churrasco são muito importantes nas casas sul mato-grossenses. Temos uma mistura de culturas, vindas desde o sul do Brasil até os japoneses, que ajudaram na construção da estrada de ferro. Essa miscigenação se traduz em ambientes ecléticos”, declara a arquiteta. Confira abaixo, a entrevista na integra, com a profissional mato-grossense do sul de Arquitetos do Brasil.

1. Quais são suas inspirações? Em quem você se baseia para realizar os seus projetos?

 

Como cada projeto é único, isso varia muito. As inspirações nascem das necessidades de cada projeto. As pesquisas são importantes e essa é a melhor parte – o que me fascina é o aprendizado constante em nossa profissão. Não sigo um estilo, prefiro ajustar o meu à satisfação do cliente.

2. Qual é o fator local (referente à sua região) que interfere, ou seja, icônico na arquitetura/cultura da sua localidade?

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Mato Grosso do Sul é um estado muito quente e prefiro sempre trabalhar com ventilação e iluminação natural, tentando trazer a sustentabilidade para os projetos realizados. Grandes janelas, ventilação cruzada, posicionamento da edificação em relação à orientação solar são importantíssimos nas casas e edificações sul mato-grossenses de maneira geral.

3. O que não pode faltar na casa de um sul mato-grossense?

 

As varandas ou espaços sombreados para um tereré (bebida típica da região, espécie de mate gelado) e um bom churrasco são muito importantes nas casas sul mato-grossenses. Temos uma mistura de culturas, vindas desde o sul do Brasil até os japoneses, que ajudaram na construção da estrada de ferro, árabes etc. Essa miscigenação se traduz em ambientes ecléticos, mas a varanda é bem característica daqui.

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4. Como você costuma se atualizar? Através de revistas, cursos, viagens etc.? E quais são?

 

A atualização em nossa profissão é diária. Desde uma conversa com os profissionais mais antigos até uma dica de alguém na obra, bem como os constantes estudos de especialização acadêmica, são necessários à nossa profissão. Costumo dizer que hoje não se atualiza quem não quer. As oportunidades estão aí, basta correr atrás.

5. O que compensa, ou não, em questão de materiais, importar?

 

Trabalho pouquíssimo com materiais importados. Gosto muito de usar produtos nacionais. Mas às vezes somos tentados e recorremos a materiais importados. Pedras, papéis de parede e produtos de qualidade, em geral, compensam.

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6. O que frustra e te estimula na sua profissão?

 

Acredito que o grande problema da arquitetura é a desvalorização profissional. São os projetos ofertados a preços de banana e oferecidos sem qualidade. E quem contrata geralmente não tem essas informações, são pessoas leigas. Então não existe como comparar um projeto com outro e acho isso ruim, principalmente em um mundo onde se compara absolutamente tudo. O aprendizado constante nas mais diferentes situações é o que mais me estimula. Cada tema novo, cada projeto, cada desafio, transformam esse aprendizado constante em energia para minhas realizações.

7. O que todo mundo pensa quando você diz que é arquiteto, mas não é verdade?

 

Que nossa vida é puro glamour, quando na verdade estamos muitas vezes na obra, no calor, na poeira, para garantir a melhor execução possível dentro do que o cliente contratou. E que passamos meses nos aborrecendo para que o cliente não saiba do estresse que é uma obra (risos).

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8. Qual foi o último filme/livro que assistiu/leu?

 

Adoro filmes de terror, mas não tenho encontrado filmes bons ultimamente. Atualmente minha literatura está voltada para inúmeros artigos e livros acadêmicos relacionados a restauro de estruturas, conteúdos relacionados às minhas especializações.

9. Você é a favor da reserva técnica?

 

Acredito que receber para especificar um produto não é nada ético. Sou radicalmente contra. Acredito na indicação com isenção, criando dessa maneira uma relação muito sincera com o cliente.

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Perguntas e respostas:

1.  Oscar Niemeyer ou Lúcio Costa?  Ambos, porque fazer arquitetura naquela época era para os fortes (risos).

2. Pudim de leite ou mousse de chocolate? Chocolate, sempre chocolate.

3. E o vento levou ou Dançando na Chuva?  E o vento levou.

4. Chico Buarque ou Elis Regina? Pimentinha, está nos meus embalos de projeto sempre.

5. Sushi ou pizza? Sushi no almoço e pizza no jantar, pode ser?

6. Atari ou Playstation? Atari.

7. Clarice Lispector ou Caio F. Abreu? Clarice, sempre Clarice.

8. Gato ou cachorro? Gatos, tenho cinco, inclusive uma no meu escritório, minha estagiária preferida (risos).

9. Android ou iOS? iOS.

10. Paris ou Milão? Roma.

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Tathyane Sangalli, graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Uniderp-MS, é proprietária da TS2 Arquitetura e Construções e atua na área de projetos, execução de obras e restauro de patrimônio histórico.

 

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