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Casa de praia: um refúgio de dar inveja no sul da Bahia

Esta casa no litoral sul do estado homenageia a cultura local e saúda quem chega com muito conforto

Por Por Ana Weiss (texto) e Deborah Apsan (visual) | Projeto Daniel Fromer | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 14 set 2018, 09h43 - Publicado em 10 jul 2014, 23h17

Ela queria uma casa no campo. Ele, na praia. Ela, um lugar onde pudesse oferecer aos amigos as conhecidas iguarias saídas de seu fogão italiano, um local confortável em que também coubessem os muitos objetos de arte e artesanato, reunidos em anos de viagens. Ele sonhava em ver o Sol se pôr no mar. Não era pequeno, portanto, o desafio do arquiteto Daniel Fromer quando foi chamado para compatibilizar e concretizar os desejos do casal, que vive no interior paulista.

O impasse entre a serra e o litoral se resolveu quando os dois encontraram um terreno cercado de vegetação nativa e relativamente distante da orla de um pequeno vilarejo no sul da Bahia. Todos os outros ficaram a cargo do projeto, que, depois de um ano de obra, entregou ambientes acolhedores e reservados e uma cozinha de fazer inveja ao mais sofisticado chef – tudo perfeito para receber bem em volta da mesa.

Erguida com alvenaria e madeira, a construção se vale de materiais familiares aos trabalhadores, a maioria local: toras de eucalipto, telhas de madeira… Experiente na lida com esses elementos, Daniel já previa seus efeitos. Da cobertura de taubilha, esperava a passagem de ar (e não da chuva) e também vislumbrava o belo efeito luminoso dentro da residência. Essa é apenas uma das formas pelas quais ela se conecta à natureza abastada e colorida deste trecho da costa baiana ainda preservado, marcado por uma cultura em que o transporte animal prevalece. É pitoresco imaginar, mas foi assim, sobre o lombo de jegues, que vieram os materiais para a empreitada e, depois, os móveis e objetos. “Parecia uma mudança, de tanta coisa que trouxemos”, comenta o proprietário. “Tudo chegava de caminhão, atravessava o rio de canoa e, por fm, era levado até a morada na carroça puxada por burros”, lembra o arquiteto.

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O esforço compensou. Hoje, a família desfruta livremente do refúgio, que aproveitou um casebre deixado no terreno para a criação de um espaço independente do bloco principal. “Assim, coordenamos com tranquilidade a nossa rotina e a dos hóspedes”, diz o proprietário, sem esconder a satisfação. “Se pudesse, ele viveria aqui”, observa sua mulher, que, embora desejasse um canto na montanha, aprendeu a amar este lugar. E, por que não, ser amada por ele. Dedicada, habilidosa e anfitriã de mão cheia, ela já é citada por ali como uma das melhores cozinheiras da região.

 

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