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Casa de madeira e vidro se confunde com a mata ao redor

De dia, seus painéis de vidro refletem folhas e troncos, e ela se mistura à mata.  À noite, com luzes acesas, esta casa lembra uma lanterna em plena Joinville, SC

Por Por Deborah Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) | Projeto Una Arquitetos | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 16 fev 2024, 16h24 - Publicado em 17 mar 2015, 22h35

Nem os satélites do Google Maps conseguem registrar direito a construção de 432 m². Na vista aérea, percebe-se apenas a manchinha clara diluída na Mata Atlântica. Chega-se a ela por trechos de terra que, sem mais nem menos, deixam para trás a área central e urbana de Joinville para adentrar um pequeno morro de densa vegetação. “A cidade tem uma situação curiosa com várias colinas preservadas pela legislação. Nelas os terrenos são privilegiados, mas a taxa de ocupação permitida é muito baixa”, diz o arquiteto Fernando Viégas, autor deste projeto em parceria com Cristiane Muniz, Fábio Valentim e Fernanda Barbara, do escritório Una Arquitetos. Aqui, a residência preenche menos de 15% do lote de 3238 m². “A graça foi encontrar o ponto certo para construir – implantamos a casa numa pequena clareira já existente seguindo a curva de nível de forma a criar menos cortes e aterros”, prossegue o arquiteto.

Considerável, a umidade local ajudou a determinar a estrutura mista: arrimos e fundação de concreto no térreo como base para um sistema de madeira pré-fabricado no pavimento superior, esse último montado em três semanas (a empreitada completa levou dois anos). “Tal estratégia garantiu uma obra limpa e com poucos contratempos.” Pronto o esqueleto, vieram os fechamentos, alinhados com painéis de compensado naval e, sobretudo, muito vidro a fim de conectar os moradores ao exterior. “Viemos de São Paulo carentes de natureza. Por isso, queríamos um refúgio transparente”, revela o proprietário.

Tamanha proximidade com o verde é auxiliada pelo forte declive do terreno. “Assim, a acomodação da casa faz com que você esteja o tempo todo no nível do jardim ou da copa das árvores, no caso do corredor de cima. Isso cria uma referência bonita para quem está lá dentro, determinada pela própria topografia”, avalia Fernando. No início, nem mesmo os passarinhos distinguiam dentro e fora. “Eles batiam no vidro, confusos com o reflexo da paisagem”, conta o morador. A solução veio de uma pesquisa na internet – adesivos de gaviões com as asas abertas. Prudente interrupção da arte de se camuflar.

 

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Visão ampla

Com ambientes integrados, o térreo dá a dimensão completa da casa, permitindo enxergar seus 40 m de extensão até a piscina. No andar superior, o vão central é outro ponto de referência do todo.

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Área: 432 m²; Arquitetos colaboradores: Ana Paula de Castro, José Carlos Silveira Jr., Marta Onofre, Miguel Muralha, Jimmy Liendo, Sílio Almeida Jr. e Carolina Klocker; Sondagem e Estrutura de concreto: Mendes de Oliveira Engenharia e Construção; Construção: Focus Engenharia; Estrutura de madeira: Ita Construtora.

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