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Casa Cor SP: ambiente de Flávia Gerab reúne obras de arte e peças de design

Living do Colecionador Brasileiro tem espelho recortado especialmente para acomodar um quadro e revestimento resinado para a parede que imita cimento queimado

Por Nádia Sayuri Kaku
Atualizado em 19 jan 2017, 15h46 - Publicado em 13 jul 2015, 23h03

Ela coleciona insetos, tem fãs até em Bruxelas e, em 2015, recebeu da Casa Cor São Paulo um espaço com uma belíssima vista para o jardim de Marcelo Faisal. É de Flávia Gerab Tayar o espaço Living do Colecionador Brasileiro, que marca o retorno da arquiteta à mostra após um tempo afastada por conta da maternidade. “Sou muito perfeccionista, gosto de tudo nos mínimos detalhes. Ter filho e fazer Casa Cor é muita emoção para o mesmo ano”, confessa a mãe de Raul e Miguel sobre sua ausência nas duas últimas edições. Para celebrar o retorno, Flávia aproveitou o layout já existente e o transformou em uma parte da proposta: “Quando eu recebi o ambiente, o espaço estava todo cru e, para não fechá-lo, criei uma vitrine de vidro”, explica. E o que está em exposição? O design, é claro. “Todas as peças têm uma história e uma década, tenho coisas desde os anos 50, 60 até escolhas super atuais.” A seleção eclética de móveis brasileiros e escandinavos recebeu elogios até de Pedro Ariel Santana, diretor de relacionamento da Unidade Arquitetura & Design da Editora Abril, que a indicou para ser uma das entrevistadas do TV CASA.

“Queria um ambiente universal, que pudesse estar em qualquer lugar do mundo”, define Flávia. Entre as cadeiras Odilon, de Sergio Rodrigues, e a poltrona dinamarquesa Forma, de Carlo Haunner e Martin Eisler, o grande destaque da sala é um sofá curvo, em tons de verde, que imita uma peça antiga, meio anos 70, bem parecida com o móvel principal do Lounge Vintage, espaço assinado por Antonio Ferreira Junior e Mario Celso Bernardes para a Casa Cor 2015. Mas, não. O sofá é contemporâneo, novidade da Etel. E ganha mais relevância com os rasgos no teto, que provocam uma iluminação “dramática”. “É um tom teatral, que se traduz em linhas que se cruzam na luz”, justifica.

Arte até nas paredes

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As paredes ganharam uma mescla de diversos tipos de artes: tem pintura à óleo, gravuras, desenhos e fotografias. Nas laterais, uma lareira discreta passa quase despercebida e tem as chamas refletidas no espelho do lado oposto: este, enquadra uma imponente tela de Alberto Duarte. O truque aqui foi fazer ao contrário: primeiro o quadro foi preso à parede de drywall com buchas e parafusos. Depois, foi fixado o espelho que recebeu o recorte exatamente do tamanho da peça. Um bom efeito e sem riscos de nenhuma quebra do vidro. Ao fundo, um móvel reto de pau-ferro dá unidade ao espaço e uma sensação de amplitude. Serve também como apoio para os vasos da L’oeil.

Entre os revestimentos, destaque para a palha de seda e o cimentício Mr Cryl (Bricolagem Brasil), que é resinado e permite várias composições. O piso é de muiracatiara, madeira brasileira de reflorestamento tingida pela Tableria. E ele não vai para o lixo quando a mostra termina. “É difícil desmontar o ambiente, porque você se apega às peças. Até o piso volta pra loja”, diz. No caso de Flávia, se ela pudesse escolher uma peça para levar para casa depois de Casa Cor, seriam duas: os vasinhos em formato de rei e rainha que abrigaram pés de pacovás durante os 40 dias de Casa Cor. “A casa é a coleção da sua vida, senão seria um showroom. A casa tem que ser uma extensão da pessoa”, conclui.

 

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