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Por fora, um paredão. Por dentro, nada de divisões na casa dos anos 40

Uma reforma respeitosa com o seu passado fez essa casa de mais de 60 anos tornar-se fluida e iluminada. A fachada de azulejo português também se destaca na paisagem

Por Reportagem Cristina Dantas (texto) e Eliana Medina (visual) | Design Renata Rise | Fotos Salvador Cordaro | Ilustrações Campoy Estúdio
Atualizado em 19 jan 2017, 15h42 - Publicado em 9 mar 2012, 21h00

“O arquiteto tem que entender você de ouvido, não por meio de uma partitura”, diz a moradora desta casa no arborizado bairro Jardim Europa, em São Paulo. Assim ela define sua relação com o escritório Triptyque, responsávelpela reforma que dotou a antiga construção de feições contemporâneas, mas manteve a implantação no terreno e preservou sua memória por meio da releitura de alguns elementos que tanto encantaram a atual proprietária.

Detalhes da reforma

 

O velho muro coberto de azulejos azuis, do qual ela intuiu a linguagem que desejava para sua nova morada é um exemplo de releitura. Ao assumir o trabalho, Olivier Raffaelli, integrante do Triptyque encarregado da obra, sugeriu que esse bonito recurso da nossa arquitetura colonial estampasse a fachada, num mosaico sutil que se repete na bancada da cozinha. “Os azulejos originais não estão mais lá, mas serviram de inspiração”, fala Olivier. Já o piso de madeira do pavimento superior, retirado e tratado, voltou para cobrir a mesma área. “Se é bom, por que não usar?”, questiona. Sem propor mudanças radicais, o projeto resultou num espaço que parece ter nascido do zero, com iluminação farta e lugar para obras de arte. No térreo, duas paredes internas vieram abaixo e amplos painéis de vidro entraram em cena na fachada, “convidando a luz a entrar”, como conta o arquiteto. E ela aceitou.

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