Continua após publicidade

Arquitetura dos estádios da Copa do Mundo de 2014

Juntos, eles devem custar mais de R$ 8 bilhões, valor bem acima dos R$ 5,1 bi previstos pela FIFA inicialmente. Conheça os Estádios da Copa do Mundo de 2014

Por Marcel Verrumo
Atualizado em 16 fev 2024, 14h11 - Publicado em 2 ago 2013, 20h57

A menos de um ano para o início da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, mais de R$ 5 bilhões já foram gastos com as obras do evento segundo dados do Governo Federal. E esse valor só tende a aumentar, já que seis – dos doze estádios que receberão jogos – ainda não foram entregues (Cuiabá, Curitiba, Manaus, Natal, Porto Alegre e São Paulo), o que deve ocorrer até dezembro deste ano. Os de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador, depois de custarem centenas de milhões de reais dos cofres públicos e da iniciativa privada, foram entregues e até já foram palco de partidas durante a Copa das Confederações.

O Mineirão, em Belo Horizonte (MG), foi um dos primeiros a ficar pronto, em dezembro de 2012, e saiu por R$ 695 milhões. O estádio está na Pampulha, região turística projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. “Como se tratava de um prédio tombado, tivemos que preservar seu casco e, simultaneamente, atender às exigências da FIFA para a construção dos estádios”, informa um dos arquitetos responsáveis pela obra Silvio Todeschi. O campo foi rebaixado para melhorar a visibilidade, corredores foram abertos, elevadores, instalados; tudo para possibilitar que, em caso de imprevistos, os torcedores consigam evacuar o local em até 8 minutos, como a FIFA exige. Em tempos de 50 tons de cinza, os arquitetos optaram por pintar o estádio com três tons dessa cor para, segundo eles, imprimir no ambiente um aspecto neutro e valorizar as cores das camisas dos torcedores durante as partidas.

Mais verdes do que amarelos

O estádio mineiro, como os demais, adota diversos materiais e ferramentas para preservar o meio ambiente, como o reuso da água de chuva para fins não potáveis (irrigação do gramado, lavagem do estádio, descargas etc.). Também possui uma espécie de usina para gerar energia em seu interior. Isso graças às placas fotovoltaicas da cobertura que captam a energia solar e a transformam em energia elétrica suficiente para abastecer 2 mil residências. Este vídeo, em inglês, do escritório BCMF Arquitetos apresenta outras soluções sustentáveis adotadas na construção:

 

Continua após a publicidade

Alternativas semelhantes foram implantadas no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), também já finalizado. Com disponibilidade para receber 72 mil torcedores, ele conta com cinco cisternas capazes de, juntas, guardarem 8 milhões de litros de água, a qual também será usada para fins não potáveis. O estádio também conta com um grande anel com placas fotovoltaicas que gerará a energia que irá abastecê-lo e enviará o excedente a uma concessionária que abastece Brasília.

O estádio precisou ser totalmente reconstruído, de acordo com o arquiteto Eduardo Costa Mello, do escritório Castro Mello, responsável pela obra. “No início, tentamos utilizar a estrutura do antigo prédio, mas era inviável aproveitá-lo e atender as exigências da FIFA. Tivemos que demolir a obra e começar do zero, preservando apenas o centro do gramado”, informa Eduardo. O balanço final é que o custo da obra foi de R$ 1,015 bilhões. Neste vídeo institucional, os profissionais do escritório contam como projetaram o espaço e como ele será utilizado.

A Arena Pantanal, de Cuiabá (MG), também teve que fazer uma série de reformas para se adequar às exigências da FIFA. Com capacidade 27 mil assentos, um dos desafios encontrados pelos arquitetos foi que a instituição exigia que, durante os jogos, no mínimo 40 mil lugares nas arquibancadas fossem vendidos. A solução encontrada foi acoplar arquibancadas metálicas e parafusadas, sacada que aumentou o número de lugares para 44.336. Para receber tanta gente, medidas para melhorar o sistema de circulação foram essenciais: placas de PVC foram acopladas às arquibancadas para refletir os raios solares, telas de aço foram inseridas nas laterais do estádio para permitir a entrada de ar e, claro, árvores adaptáveis ao clima da região foram plantadas. O estádio, como outros cinco, ainda não foi concluído.

De onde vem a grana?

Continua após a publicidade

Uma diferença fundamental entre as três obras é como o dinheiro para a sua construção foi arrecadado. Enquanto o Mané Garrincha e a Arena Pantanal estão sendo construídas com dinheiro Público, o contrato eleito para a reforma do Mineirão foi o de PPP (Parceria Público-Privada). Funciona assim o sistema de PPP: foi aberta uma licitação para uma empresa privada construir e, durante 27 anos, gerir o estádio. Em troca, o governo paga um valor mensal a essa empresa, correspondente aos gastos com a construção e manutenção. Depois de 27 anos, a obra volta às mãos do Estado, que passa a administrá-lo. Entre as vantagens desse sistema apontadas por especialistas é a dinâmica mais rápida para a construção (já que a empresa não precisa recorrer a licitações para contratar todo e qualquer serviço), além de o governo não ter que desembolsar de uma vez só o valor da obra.

Ficou interessado em descobrir melhor os 12 estádios? Na galeria abaixo, apresentamos fotos e informações sobre eles.

Publicidade