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Um apê de 79 m² em São Paulo que abriga um cão e muitas obras de arte

A gaúcha Juliana Poli comprou este apartamento de caso pensado: assoalho claro, muita luz natural e soluções inventivas estavam na pauta da reforma

Por Por Mayra Navarro (visual) e Victor Lessa (texto) | Projeto Tria Arquitetura | Fotos Adriano Escanhuela
Atualizado em 19 jan 2017, 15h51 - Publicado em 15 jan 2015, 18h50
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“Quando me mudei de Porto Alegre para São Paulo, encarei o aluguel, mas já estava em meus planos comprar um apê. Logo comecei a procurar com o Felipe, meu namorado. Tínhamos vontade de morar juntos e, em vez de gastar com uma superfesta de casamento, resolvemos guardar o dinheiro e investir num lar para iniciar a vida a dois. Um desafio e tanto. A maioria dos imóveis que encontrávamos era cara e estava em condições precárias. Ou seja, de todo modo, precisaríamos enfrentar uma obra. Além disso, eu queria um lugar com piso antigo e claro. Por quê? Não sei, mas sempre sonhei assim e não abriria mão. Depois da longa busca, achamos o lugar ideal na região de Pinheiros. Era em um prédio clássico, porém uma boa modifcação o deixaria descolado como queríamos. Então entraram em cena as arquitetas Sarah Bonanno e Marina Cardoso de Almeida, da Tria Arquitetura, responsáveis pelo projeto. Fiz algumas considerações, o Felipe, outras, e minha mãe e minha tia, claro, também deram opinião.

A estrutura original sofreu várias mudanças, exceto o segundo quarto, que optamos por manter em vez de eliminá-lo a fim de liberar mais área ao estar. Como nós recebemos muitos amigos e também planejamos ter um filho, o melhor seria não mexer ali. Por esse motivo, a sala permaneceu um pouco estreita, mas com tamanho suficiente para abrigar nossos móveis e a coleção de obras de arte do meu namorado na pequena – e notável – galeria idealizada por Sarah e Marina. Ampliada, a cozinha ocupou um pedaço da área de serviço, que, por sua vez, continuou com o mesmo tamanho, pois ganhou uma parcela da antiga dependência de empregada.

Tudo foi concebido com o intuito de aproveitar cada trechinho dos 79 m². Exemplo disso é nosso quarto: a ideia da cabeceira invertida de gesso com iluminação de led nos deu alguns centímetros. Outro detalhe muito importante está na automação. Posso controlar certas funções pelo smartphone, e isso me permite brincar com as luzes, criar climas e enobrecer momentos com apenas um toque.

Felipe e eu adoramos o resultado da reforma. Quem também se encantou foi o Baba, nosso cachorro. Ele amou os novos cenários para tirar fotos e se exibir no Instagram, em que é famoso e possui mais seguidores do que eu. Ah, quase ia esquecendo – o piso original foi restaurado e ficou do jeito que imaginava. Vitória!”. Juliana Poli, moradora.

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Ao fundo, grafite Alice in Pink, do artista Ozi, e gravura de Fernando Ribeiro (série Déjà vu), apoiados sobre a prateleira. No corredor, pintura a óleo de Lidia Lisboa. Obras da Mônica Filgueiras galeria. Passadeira da Phenicia Concept, objetos decorativos e almofadas da Conceito: Firma Casa.

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1. Vazado e colorido. Com o objetivo de trazer ainda mais luz natural ao interior, cobogós de louça esmaltada (Leroy Merlin) foram assentados entre a cozinha e a sala de jantar.

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2. Haja luz! Além da claridade que entra na sala após a demolição da meia-parede, spots em trilho (Arquitetura da Luz) realçam a área de trabalho da bancada.

3. Novo outra vez Para ficar com o aspecto de peroba-rosa desejado por Juliana, o piso de madeira passou por um restauro e foi clareado.

4. Foco dirigido. O pé-direito, maior do que o convencional, foi rebaixado com gesso para confortáveis 2,75 m. Isso permitiu embutir luminárias.

5. Galeria particular. A fim de exibir as obras de arte, as arquitetas cobriram esta lateral de tinta escura (Suvinil, ref. cinza espacial, D370), que enfatiza a iluminação, e mantiveram a altura do teto original (2,90 m).

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6. Elemento-surpresa. Graças à automação, os moradores controlam pelo celular a TV, o som ambiente e a iluminação. Grande mas discreto, o quadro de luz (15 cm de profundidade) em que o sistema foi instalado acomoda, ainda, um bar.

 

Apoio útil

A cozinha ganhou valioso aliado no dia a dia: o trecho da bancada com armários, a lava-louça e o fogão (instalado na ponta). Apesar de o acréscimo de espaço não ser grande, a sensação no ambiente mudou – não é raro haver amigos sentados em banquetas no novo corredor.

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Economia de ponta-cabeça

Como uma cabeceira tradicional consome valiosos 10 cm, as arquitetas decidiram fazer diferente. Montada com drywall e pintada de tinta com aspecto cimentado (Suvinil, Texturatto Premium Especial Concreto), a estrutura acima da cama ainda embute iluminação de led indireta (LabLuz).  

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Para curto e longo prazo

Mudanças na planta da cozinha, da lavanderia e do quarto de empregada adaptaram o imóvel para o momento atual – e também o futuro – dos moradores, que decidiram manter os dois quartos intactos.

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Serviço redesenhado: as arquitetas aumentaram a cozinha incorporando ao ambiente parte da lavanderia. Esta, por sua vez, anexou metade do antigo dormitório de empregada (extinto, transformou-se numa despensa) e continuou do mesmo tamanho. A porta do banheirinho trocou de lado, e o cômodo virou um lavabo.

Área: 79 m²; Administração da obra: Tria Arquitetura; Automação: Homesystems; Gesso: PROCCI Engenharia

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