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Conheça a arquitetura de Toyo Ito, vencedor do Pritzker de 2013

O Pritzker é considerado o Nobel da Arquitetura e Toyo Ito é o sexto japonês a levar o prêmio.

Por Por Nilbberth Silva
Atualizado em 16 fev 2024, 12h20 - Publicado em 18 mar 2013, 19h24

Toyo Ito, um arquiteto japonês nascido em Seul na Coreia do Sul, venceu ontem o Prêmio Pritzker de Arquitetura, considerado o Nobel da Arquitetura. É o segundo ano seguido em que o Pritzker vai para o extremo oriente – o premiado de 2012 foi o chinês Wang Shu. Confira as fotos na galeria e saiba mais sobre o trabalho de Ito abaixo.

Por que Toyo Ito merece um Pritzker?

O júri do prêmio destacou a versatilidade de Ito, que não se prende a uma só linguagem arquitetônica nem tipo de prédio – ele já projetou de casas, lojas e pavilhões a bibliotecas, parques e edifícios de escritório, entre outros. “Quem quer que analise o trabalho de Ito nota não apenas uma variedade de programas funcionais, mas também um espectro de linguagens arquitetônicas”, disseram os jurados no comunicado que homenageia o arquiteto. “Profissional de talento único, ele dedica-se ao processo de descoberta que surge de ver as oportunidades que estão em cada encomenda e em cada local”.

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No início da vida, Ito gostava, mesmo, de beisebol e nunca se preocupou muito com arquitetura. O interesse pela arte surgiu com força durante a faculdade: seu trabalho de graduação ganhou o prêmio máximo da Universidade de Tóquio. Ito formou-se em 1965 e fundou o próprio escritório em 1971, mesmo ano em que construiu um dos seus primeiros projetos de destaque: a própria casa, feita de painéis de madeira revestidos de alumínio. O próximo trabalho a atrair grande interesse foi a casa em formato de U que construiu para sua irmã, recém enviuvada.

Pelos próximos anos, Ito projetaria edifícios que chamam atenção pelo uso entusiasmado de novas tecnologias, como o oprédio TOD’S, em Tóquio, no qual a pele da construção também serve como estrutura. Além disso, Ito já declarou que a preocupação com espaços fluidos comunicando-se entre si marca sua arquitetura – é possível vê-la, por exemplo, na Midiateca de Sendai (2000). O arquiteto também se destaca pelo esforço em criar prédios poéticos, capazes de estimular os sentidos dos usuários. É o caso do Velório Municipal de Gifu (2006), um edifício leve, que respeita o luto dos visitantes. Sua cobertura branca e curva recebeu iluminação quente e toca de leve o chão através de colunas delgadas. “A arquitetura de Ito projeta um ar de otimismo, leveza e alegria e é permeada tanto por um senso de singularidade quanto de universalidade”, diz a citação do júri do Pritzker.

O Pritzker é uma das premiações de arquitetura mais importantes do mundo. A honraria é dada anualmente pela Fundação Hyatt, dos Estados Unidos, a um arquiteto escolhido por um júri composto por críticos de arquitetura, arquitetos e patronos da área. Além de publicidade mundial, o vencedor recebe um medalhão de bronze e US$ 100 mil. Dois arquitetos brasileiros já venceram o prêmio: Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006). Já o Japão está melhor representado. Ito, 71, é o sexto arquiteto do país a receber o Pritzker – antes dele, vieram a dupla Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa (2010), Tadao Ando (1995), Fumihiko Maki (1993), e Kenzo Tange (1987).

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