9 dúvidas sobre portas e janelas

A grande dúvida na compra é qual material escolher. Cada um tem suas qualidades - durabilidade, preço, isolamento acústico. Prontas ou sob medida, as esquadrias pedem cuidados com instalação e manutenção

Por Da redação
Atualizado em 15 dez 2016, 13h29 - Publicado em 1 dez 2006, 16h03

De um lado, concentram-se todas as aberturas (portas e janelas) e o corredor ...

1. Que características deve ter uma boa esquadria?

Ela vai emoldurar as aberturas exigidas em toda construção – há, inclusive uma determinada porcentagem de área obrigatória para a entrada de luz e ar. Por isso, o momento de escolhê-las é ainda durante o projeto. “Nessa fase se verificam todas as compatibilidades técnicas”, justifica o arquiteto mineiro Carlos Alberto Maciel.

Antes da compra, observe o deslizar das folhas, que devem ser acionadas com facilidade, e também os fechos, que precisam ficar inacessíveis pelo lado externo por uma questão de segurança. Considere também a vedação da peça: quando fechada, não pode deixar frestas – verifique se há detalhes que ajudem na tarefa, como escovas ao redor das folhas. Se você mora em grandes cidades, as janelas acústicas são uma boa contra a poluição sonora. Elas geralmente têm vidro duplo, que ajuda a barrar o barulho. Mas fique de olho também nos perfis. “Se forem fracos e ocos, o som passa por suas cavidades”, avisa Moyses Zindeluk, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Atenção às medidas mínimas para as portas: a de entrada deve ter no mínimo 0,80 m de largura e 2,10 m de altura – assim facilita a circulação e a passagem de móveis. Em cômodos internos como o banheiro, essa largura pode ser menor, de 0,60 ou 0,70 m. No caso das janelas, as medidas mínimas obedecem às necessidades de cada ambiente e é calculada em função da ventilação e iluminação. Em quartos, por exemplo, a medida mínima deve ser de 0,90 m de largura e 1,20 m de altura.

2. O que deve ser levado em conta na hora de escolher os materiais?

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Isso vai depender de suas prioridades. Vejas as principais vantagens e desvantagens de cada material:

Alumínio e aço

A vantagem de eleger uma peça de metal será a facilidade de comprá-la – juntos, alumínio e aço detêm 60% das vendas de janelas. Mas o material tem seus pontos fracos: pede pintura cuidadosa de tempos em tempos e não é indicado para o litoral.

Madeira

Ela conquista os sentidos com seu toque e beleza, concordam profissionais e leigos. Mas exige atenção na escolha do material, que, além de durável, deve ser bem seco. E lembre-se: ela pede manutenção quase anual.

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PVC

As resistentes janelas e portas de PVC, feitas de policloreto de vinila (PVC), apresentam bom desempenho térmico e acústico, o que faz delas boas opções para locais barulhentos e ambientes agressivos. Outro ponto positivo é a manutenção fácil: bastam água e sabão para limpeza. Ainda assim, esse tipo de caixilho responde por apenas 1% do mercado nacional, afinal seu valor em relação aos modelos de outros materiais é salgado.

3. Quais os cuidados na hora da compra?

Alumínio e açoObserve o deslizar das folhas, que devem ser acionadas com facilidade, e também os fechos, que precisam ficar inacessíveis pelo lado externo por uma questão de segurança. Considere também a vedação da peça: quando fechada, não pode deixar frestas – verifique se há detalhes que ajudem na tarefa, como escovas ao redor das folhas. Quem optar por uma peça de alumínio precisa redobrar a atenção com o fornecedor. “É difícil garantir a qualidade das pequenas serralherias”, diz a engenheira civil Vera Hachich, do Programa de Qualidade do Setor de Esquadrias de Alumínio, responsável por 20% da produção. Quanto aos acabamentos, a arquiteta carioca Christiane Laclau comenta: “Prefiro a pintura eletrostática a pó, pois deixa a peça mais fácil de manter”. Já o aço, três vezes mais resistente que o alumínio, permite perfis delgados. E, hoje, é fácil encontrar esse tipo de caixilho (com boa qualidade) nas grandes lojas – essa liga responde por 40% da fabricação.

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Madeira

Prefira as espécies sugeridas pelos profissionais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), como freijó, cedro-rosa, cabreúva, jatobá, que resistem aos esforços a que serão submetidas. Certifique-se de que o material foi seco em estufas, pois esse processo evita que as peças empenem, fiquem bambas ou emperrem na hora de abrir.

PVC

Assim como no caso da madeira e do alumínio, verifique se o fabricante trabalha de acordo com a Norma Técnica Brasileira (NBR 10821). É ela que garante, por meio de ensaios laboratoriais, a resistência do produto. Outro fator de segurança são os perfis estruturais recheados com uma alma de aço, barra metálica colocada no interior do batente.

4. Como é feita a instalação?

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Alumínio e aço Geralmente, ela chega numa embalagem que protege as peças e deve ser retirada somente quando o acabamento das paredes estiver pronto, pois o cimento mancha o alumínio. Depois de abrir os chumbadores, fixa-se a esquadria com calços que garantem nível e prumo. Quando a janela ou a porta estiverem alinhadas, os chumbadores são fixados com argamassa. Os vãos entre o caixilho e a alvenaria devem ser preenchidos com espuma de poliuretano ou silicone depois que a massa estiver seca para evitar infiltrações.

Madeira

Assim como as esquadrias de alumínio – é preciso fixar a peça em calços que garantam o nível e o prumo e, depois, é feita a fixação com chumbadores, parafusos, contramarco ou espuma de poliuretano, que é a opção mais utilizada nesse tipo de esquadria. Contrate mão-de-obra especializada, como um carpinteiro ou um marceneiro ou, se preferir, peça indicação ao fabricante. Lembre-se de uma etapa anterior – que é essencial – as peças precisam ser protegidas com cupinicida e seladora. “Como são instaladas no início da obra, cubra as esquadrias com plástico e fita crepe para que a madeira não seja danificada pelo cimento ou pelo gesso”, ensina Mário Sérgio Sordille, consultor paulista especializado no material.

PVC

Com prumo e nível, veja se o espaço deixado para o caixilho está no esquadro. Em seguida, as peças são fixadas com chumbadores, parafusos, contramarco ou espuma de poliuretano, usada como vedação entre o caixilho e a alvenaria. “Diferentemente dos outros materiais, as esquadrias de PVC podem ser instaladas em qualquer momento da obra, já que esse material é imune aos efeitos do cimento”, conta José Carlos Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Perfis de PVC para Construção Civil (Afap).

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5. Como se faz a manutenção da esquadria?

Alumínio e aço Facilidade de manutenção é um dos pontos fortes dos materiais. “As peças não exigem cuidados constantes e pode ser limpas apenas com água e sabão neutro”, explica a arquiteta Núria Roso. Evite abrasivos e produtos ácidos ou alcalinos, como removedor e tíner. Segundo os especialistas, é possível reavivar a cor e o brilho dos caixilhos pintados e com cera automotiva, com exceção da pintura eletrostática ou do alumínio anodizado, que possuem vida longa.

Madeira

A manutenção requer empenho. “Elas custam menos e, instaladas, causam a sensação de aconchego. Mas a longo prazo exigem cuidados redobrados, principalmente quando expostas a sol e chuva”, explica o arquiteto paulista Carlos Franco. Acabamentos como verniz, stain e tinta esmalte embelezam e resguardam a madeira, mas é preciso reaplicá-los sempre. Confira as especificações na embalagem de cada produto.

PVC

Limpe as peças com água e sabão neutro. Uma lixa de água fina e polimento com cera automotiva são eficientes para remover riscos. Não use tíner, água sanitária e querosene, pois mancham e alteram o brilho.

6. Como recuperar o aspecto natural das janelas de alumínio?

O melhor é chamar um especialista para avaliar a gravidade do problema. Se ele estiver comprometendo o funcionamento da janela, troque a peça. “Se a situação permitir, uma boa solução é retirá-la, desmontá-la com cuidado e submetê-la novamente ao processo de anodização ou pintura”, diz Nelson Kost, da Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

7. Quais as espécies de madeira mais indicadas para esquadrias?

Veja a lista indicada por especialistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)

Portas expostas às intempéries: Cabreúva-vermelha, cumaru, garapa, imbuia, ipê, itaúba, jatobá, sucupira. O eucalipto de reflorestamento promete ser uma opção, mas ainda não há larga oferta no mercado.

Portas para ambientes internos:

Angelim-pedra, curupixá, cedro, freijó, louro-vermelho, macacaúba, muiracatiara, pau-amarelo, peroba-rosa, tatajuba, tauari.

Batentes:

Madeiras densas, pesadas e de maior resistência, como peroba-rosa, jatobá, itaúba, garapa e angelim-pedra.

Janelas:

Madeiras mais leves, a exemplo de cedro, muiracatiara, curupixá e freijó.

8. É verdade que a itaúba, além de ser barata, é a mais resistente aos cupins?

Segundo o consultor em madeiras Mário Sérgio Sordille, essa espécie é uma ótima opção para esquadrias, pois contém um óleo natural que a protege da água e espanta os bichinhos. “Essa substância não deixa a água penetrar nela e, por ter gosto amargo, não agrada aos cupins”, explica Sordille. Quanto ao preço, isso vai depender de onde você for comprá-la – ele tende a ser mais baixo perto da Amazônia, onde é extraída.

9. Quais são os materiais mais adequados para as ferragens?

A maioria das ferragens é feita de latão, zamak ou ferro. Menos freqüentes, há as de alumínio e de aço inox. Alguns modelos de fechadura começam a ser fabricados com ABS, tipo de plástico resistente. “Essas peças são indicadas para fechar portas de banheiros públicos, pois não exigem muita segurança e ainda resistem aos produtos químicos usados na limpeza”, afirma Luperi Neto. Dos materiais citados, o mais resistente e durável é o aço inox, porém pouco encontrado devido ao preço alto. O latão e o ferro têm boa resistência e durabilidade, mas o último, em casas de praia, oxida rapidamente com a maresia. “No litoral, alumínio, latão e aço são mais adequados”, informa Caruso. Os profissionais explicam que o alumínio e o zamak duram menos e são pouco resistentes, sendo mais indicados para fechaduras e maçanetas de portas internas. Para as externas, vale investir em materiais mais fortes, como latão ou aço.