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20 tipos de vidros: ecoeficiência, beleza e segurança

Tecnologia é a palavra de ordem na hora de escolher vidros para boxe, fachadas, escadas, janelas e coberturas.

Por Por Edson Medeiros, Michelle Grein (assistente) e Rosele Martins
Atualizado em 19 jan 2017, 13h14 - Publicado em 18 set 2009, 09h36

 

De 4000 a.C. até hoje, pouca coisa mudou na composição do vidro: a mistura básica ainda funde sílica (areia) e outros minerais. Mas no resultado final… Quanta diferença! Impulsionada por novos processos de fabricação e beneficiamento, essa indústria deu um salto em números e qualidade no país. E, quanto maior a demanda, maior o investimento em tecnologia – graças a ela, produtos como chapas autolimpantes e de controle solar já são uma realidade incorporada ao repertório nacional.

 

Ecoeficiência

 

Dentre as novidades verdes, despontam os vidros seletivos, capazes de refletir mais calor que luminosidade. Nas versões atuais, diminuiu-se o aspecto espelhado. Obter o resultado ideal, porém, exige conhecer cada produto: “Os vidros low-e funcionam bem em países frios, pois permitem a entrada de radiação solar e não a deixam sair, mantendo os interiores aquecidos. Nos trópicos, vale apostar nos modelos com controle solar associado”, diz a arquiteta gaúcha Lisandra Fachinello Krebs, consultora da Krebs Sustentabilidade e profissional acreditada pelo LEED (selo americano de green building). Nestes, a mesma chapa combina camadas de substâncias com as duas propriedades, tornando-a apta a diminuir a incidência de calor de um lado e evitar a perda de refrigeração do outro.

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Segurança

 

Anteriormente tímido em sua participação na construção civil, o vidro agora compõe degraus, guarda-corpos, vigas e outras estruturas até então entregues a materiais como concreto e madeira. “Uma vez identificados os problemas que aumentavam a fragilidade do vidro, buscou-se neutralizá-los”, diz Paulo Duarte, referindo-se aos métodos tradicionais de corte e lapidação que intensificavam a presença de microfissuras intrínsecas ao material e diminuíam seu desempenho. Além do aperfeiçoamento dessas tecnologias já conhecidas, novas técnicas surgiram – como o corte com laser e jatos d’água, alternativas ao bom e velho diamante. Outro fator que colaborou para a maior presença do vidro na arquitetura foi a melhora no beneficiamento. Na laminação, sobressai a busca por películas de maior segurança para o recheio entre as folhas.

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Para saber as características de cada tipo de vidro

 

Monolítico: vidro comum. Temperado: ganha cinco vezes mais resistência com choque térmico – as folhas são aquecidas no forno e resfriadas rapidamente. Na quebra, forma estilhaços sem pontas cortantes. Laminado: duas ou mais chapas unidas por uma película de segurança (de PVB, EVA ou resina). Na quebra, os cacos ficam grudados a esse recheio. Insulado (ou duplo): duas placas ligadas nas bordas por um perfil selado e separadas por câmara de ar ou gás argônio. Promove isolamento termoacústico. Serigrafado: colorido com tinta e levado ao forno de têmpera, não permite recortes depois de pronto. Pintado a frio: a secagem da tinta ao natural propicia cortá-lo já tingido. Acidado: um banho de ácido deixa sua aparência opaca. Impresso: adquire relevos na superfície já na fabricação das chapas.

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Estética

 

Não faz muito tempo que as opções em vidros impressos se resumiam a padrões canelados e martelados, aqueles comumente vistos nas janelas de banheiros e lavanderias de antigamente. Surgiram pontilhados, estrias, quadriculados e outros acabamentos de visual moderno, com outra vantagem: o incremento na fabricação garante uniformidade à face lisa das chapas, característica fundamental para que a maioria delas aceite beneficiamentos como laminação, têmpera e serigrafia. A laminação, aliás, é outro segmento repleto de possibilidades: além da cartela de cores infinita, o processo avançou a tal ponto que tornou possível rechear os sanduíches de vidro com reproduções de fotos, cortes de tecido e lâminas melamínicas, entre outras opções – bem como preparar folhas de até 6 m de comprimento (na têmpera, o limite atual é de 5,20 m), para a felicidade do arquiteto paulista Arthur Casas. “Quanto menos emendas, melhor”, afirma ele, que sonha com placas ainda maiores, já corriqueiras em outros países.

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Para saber como acertar na escolha do vidro

 

Contar com a orientação de um profissional especializado é sempre a melhor pedida – fatores como a exposição a ventos e umidade influenciam na determinação da espessura e do tipo mais adequado de vidro para cada situação. “Pergunte ao vidraceiro se ele tem conhecimento da norma NBR 7 199”, sugere Silvio Ricardo Bueno de Carvalho, coordenador de normalização técnica da Abravidro. Essa regulamentação da ABNT especifica que guarda-corpos e coberturas devem ser feitos apenas com vidros laminados ou aramados, cuja capacidade de manter os fragmentos no lugar em caso de quebra diminui o risco de acidentes. Preocupada em divulgar essa e outras regras de segurança, a Abravidro tem promovido cursos para bombeiros de diversos estados, já que são eles os responsáveis por liberar o habite-se das construções.

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