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Refúgio baiano ganha vida em 5 meses com referências regionais

Conduzida por um argentino para uma família paulistana, a reforma desta casa na Bahia acena com o melhor da vida em climas quentes: uma boa varanda e muita descontração

Por Por Deborah Apsan (visual) e Joana L. Baracuhy (texto) Projeto Amadeo Romero Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 19 jan 2017, 14h05 - Publicado em 4 out 2014, 19h37

Esta é uma daquelas histórias que levam a gente a suspirar. E só poderia mesmo acontecer na Bahia. Que outro lugar lida tão bem com a mistura de estrangeiros, indígenas, cultura negra, sincretismo e temperos de todos os tipos? Neste caso, a cena se passa na Vila de Santo André, no sul do estado, região de clima quente e úmido e paisagem exuberante. Ali mesmo, onde a seleção alemã se hospedou durante a última Copa do Mundo ao lado de 800 habitantes afortunados. Separado da agitada Porto Seguro por uma travessia de balsa e mais 24 km de estrada, o povoado mantém o tempo em compasso lento. Entre os destaques do pacato destino turístico figuram a prática de esportes a vela no Rio João de Tiba e a praia. Não é de se espantar que a família de Rodrigo Lacerda, profissional da área de marketing, tenha resolvido comprar uma casa no lugarejo após o primeiro e definitivo fim de semana por lá. “Foi uma decisão emotiva, das mais acertadas da minha vida”, comemora o paulistano, feliz da vida quatro anos após o ocorrido. Na época, um amigo indicou uma construção à venda, benfeita e com ares coloniais mas ligeiramente enclausurada. A visita ao lote de 4 mil m², a apenas 100 m do mar e tomado de vegetação, foi determinante. Faltava encontrar o profissional certo para dar à antiga moradia o tom relaxado e prático desejado pelo proprietário. Nessa hora, valeu o lugar-comum da costa brasileira: a presença de forasteiros verdadeiramente aclimatados. Amadeo Romero, argentino radicado na Bahia há 14 anos, foi o escolhido. O restaurante na rua principal, projetado e erguido por ele com boa pitada de baianidade, serviu de vitrine à sua obra. “Ele conhece bem os materiais e fornecedores da região, sabe dosar o moderno com o singelo e tem enorme apreço pelo artesanal”, elogia o proprietário. “Perfeito porque não queríamos uma casa arrumadinha demais, muito paulistana”, diverte-se. Contrariando seu temor de que o serviço seria lento e complicado, o trabalho se concluiu em cinco meses. E, desde então, a família celebra a decisão. “O voo até lá leva uma hora e 40 minutos, mais rápido do que a viagem de carro a certas praias de São Paulo”, diz Rodrigo. “Vamos ao menos uma vez por mês e vivemos o que só a Bahia tem a oferecer – a descontração única num ambiente natural maravilhoso.”

 

Ponto para a varanda

Maior ganho da reforma, ela faz a transição entre o interior da casae o jardim. Antes estreita, a sala de estar cresceu graças ao trecho sob a nova sacada.

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planta

Área: 215 m²; Mestre de obras: Edísio Peixoto; Marcenaria: Jânio Marcenaria Artesanal; Esquadrias de madeira: Zeca Marcenaria; Cortinas de dendê: Paulo da Cabana.

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