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Janelas amplas e cobertura natural integram bangalô à paisagem

Rústica e charmosa, esta cabana no litoral da Bahia recuperou sua vocação: reverenciar a ilustre presença do oceano

Por Por Deborah Apsan (fotos) e Joana L. Baracuhy (texto) | Projeto Camila Toledo | Fotos Evelyn Müller
Atualizado em 19 jan 2017, 14h12 - Publicado em 10 set 2013, 18h22

Com um bangalô instalado a inacreditáveis 10 m da praia, o casal poderia apenas usufruir da brisa incessante que sopra por ali e deixar a vida passar. Mas essa não é a natureza deles (um francês que trabalha com música e uma mineira, psicóloga), mesmo que radicados num pequeno paraíso tropical. Claro que a rotina num vilarejo litorâneo permite um ritmo mais calmo do que nas grandes cidades, qualidade plenamente desfrutada por ambos. O dia a dia, contudo, revelou-se de fato interessante à medida que a dupla se engajou numa série de ações sociais. E é justamente esse o espírito que ajuda a explicar os traços peculiares da singela casa.

Desde que chegou ali, há dez anos, ele se viu impelido a fazer algo pelos moradores do lugar. Hoje, junto da mulher, responde pela ONG Caraíva Viva, que oferece cursos e atividades complementares à escola local. Também lidera uma ação que promove sessões de cinema ao ar livre para as crianças da comunidade, uma ou duas vezes por semana. Tudo seguia nesse compasso, quando, em 2009, um barzinho de praia foi posto à venda nas redondezas. Rústico, assemelhava-se às casinhas típicas da região e tinha como grande atrativo a localização, perfeita, à beira-mar. Com o aval da arquiteta paulista e amiga do casal, Camila Toledo, teve início a empreitada, que se concentrou em tirar mais do que acrescentar. Assim, caíram os puxadinhos, algumas paredes, e o telhado foi refeito, sem perder o estilo. Ao fim da obra, restou uma área ampla e agradável, com vocação para a convivência (para ter privacidade, os proprietários ergueram para si um quarto anexo, recuado). Toda a mudança no visual foi tão sutil – o velho balcão ainda hoje está de pé – e a cabana ficou tão aberta que, vez ou outra, algum desavisado se engana e avança as fronteiras morada adentro. Sem problemas. Era essa sensação de liberdade que seus donos desejavam preservar, mesmo que, eventualmente, como uma curiosa herança.

 

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Brisa fresca e vista sem fronteira

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A grande sala de estar perdeu paredes em duas laterais. A ideia era enxergar o oceano de qualquer ponto do ambiente  

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Limite respeitado. Viável tempos atrás, construir tão perto da praia é proibido atualmente (a lei permite apenas reformar imóveis à beira-mar, sem aumentar a área total). Essa possibilidade foi vital para a escolha do terreno e também no projeto, que acabou reduzindo a metragem ao eliminar anexos e puxadinhos.

Pode soprar. A implantação original é inteligente e foi preservada, pois o muro lateral protege a casa do forte vento sul. as faces norte e leste, voltadas para a praia e agora totalmente abertas, além das amplas janelas, garantem a ventilação cruzada e a brisa constante.  

Área: 144 m²; Projeto: Camila Toledo

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