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Dois apês cariocas viram uma cobertura com direito a ofurô e chuveirão

A integração tornou transparente a fronteira entre os ambientes internos e externos, moldados com materiais básicos em tons claros – paleta sob medida para o estilo minimalista do proprietário, um estrangeiro que se divide entre os dois lados do Atlântico

Por Por Simone Raitzik | Projeto House in Rio | Fotos André Nazareth
Atualizado em 19 jan 2017, 14h15 - Publicado em 11 Maio 2015, 20h57

As longas temporadas no Brasil despertaram uma vontade no jovem empresário europeu: a de ter seu cantinho no Rio de Janeiro – de preferência, cercado de vistas abertas e próximo da praia. Não importava a idade do imóvel nem seu estado de conservação. O essencial, para ele, era que fosse uma cobertura com direito a terraço, muita luz, sol e a possibilidade de visualizar no horizonte alguns cartões-postais cariocas. Pois o sonho se materializou não em uma, e sim em duas unidades vizinhas num prédio antigo de Ipanema. A ideia de uni-las pareceu uma empreitada grande e arriscada mas viável. “Nós nos vimos diante de uma provável obra de peso, que mexeria na configuração original inteira. O fato de ambos os apartamentos estarem muito comprometidos acabou incentivando nosso cliente a fechar negócio. A proposta, ali, era realmente voltar à estaca zero”, explica o arquiteto Rodrigo Cardoso, sócio no escritório House in Rio, que cuidou da reforma.

Assim que o quebra-quebra começou, surgiram algumas surpresas, como o pilar em V no estar. “Poderia ser problemático, porém acabou virando um charme. Tiramos partido da estrutura aparente para não esconder o passado do imóvel”, acrescenta ele, que realizou reforços em determinados pontos por meio de vigas metálicas escondidas no rebaixo de gesso.

Nos revestimentos, o conceito foi escolher as opções mais simples e básicas possíveis (sem deixar a qualidade de lado) com o intuito de refletir o descontraído, ensolarado e relaxante estilo de vida à beira-mar. Um exemplo? O porcelanato, que imprime seu visual cimentício ao piso da parte social. “É bem prático. Aqui, não há problema em chegar molhado da praia ou do terraço depois de tomar uma chuveirada ou um banho de ofurô”, diz o arquiteto.

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Seguindo a filosofa do proprietário, que buscava ambientes claros e com matérias-primas naturais, o tom das paredes é neutro. Outra premissa do projeto reside na transparência do vidro. O corredor voltado para a área externa se fecha com painéis móveis, criando um franco diálogo com a natureza ao redor. “Foi um desafio desenhar a planta tendo em mente o aproveitamento máximo da vista, que acompanha toda a circulação, e conseguindo implantar três generosas suítes, das quais o dono fazia questão. Por termos juntado duas unidades, a distribuição dos cômodos foge dos padrões, mas tem personalidade e funciona bem no dia a dia”, aponta Rodrigo, que assina o projeto em parceria com o sócio, o arquiteto francês Jean-Luc Boucharenc.

 

Irregular porém bem resolvida

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Quando os dois apartamentos se uniram, a cobertura ganhou formato pouco convencional. Por isso, a distribuição surpreende em alguns pontos – como a ligação de uma das suítes com o estar, que, por sua vez, integra-se à cozinha.

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Área: 300 m²; Projeto estrutural: Projest Consultoria e Projetos; Construção: Áreas engenharia; Paisagismo: Embyá.

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