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5 condomínios de alto padrão no interior de São Paulo

Com campos de golfe, haras e casas assinadas por arquitetos famosos, os condomínios conquistam a elite paulistana

Por Reportagem Inês Pereira | Ilustração Fabio Flaks
Atualizado em 16 fev 2024, 12h19 - Publicado em 28 mar 2013, 17h15

Condomínios de alto padrão mudam a paisagem do interior paulista com seus campos de golfe, haras e casas assinadas por arquitetos renomados. Lapidados como joias pelas construtoras, esses endereços, protegidos por um incrementado esquema de segurança, conquistam a elite paulistana.

Passear pelas alamedas do Terras de São José, um dos primeiros condomínios horizontais de luxo do país, inaugurado em 1975 na cidade de Itu, traz a sensação de um mergulho num catálogo de arquitetura. João Armentano está lá, juntamente com Arthur Casas, Tiago Bernardes e Paulo Jacobsen, Gui Mattos, Marcos Tomanik e muitos nomes consagrados. Construções grandes e requintadas despontam entre a vegetação bem cuidada, compondo um cenário idílico que em nada lembra a antiga imagem de cidades pequenas dos arredores da capital paulista, povoadas por casas singelas.

“Num raio de cerca de 100 km estão alguns dos municípios mais prósperos de São Paulo, como Itu, Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Valinhos e Itatiba, locais apropriados para nascerem loteamentos fechados de alto padrão”, diz Flávio Amary, vice-presidente do interior do Sindicato da Habitação (Secovi-SP). De acordo com ele, atualmente existem 30 condomínios destinados às classes A e B no interior paulista. Para fazer parte desse seleto grupo, as construtoras precisam aliar belezas naturais, conforto, lazer, tecnologia a serviços dignos dos empreendimentos mais sofisticados do mundo. Foi um cardápio como esse que atraiu o economista Carlos Henrique Martins dos Santos ao Terras de São José. “Ele tem duas vezes e meia o tamanho do Parque Ibirapuera e conta com nascente de rio, mata virgem com trilhas, campo de golfe e 20 quadras de tênis: diversão para todas as faixas etárias”, afirma. Frequentador do condomínio desde a adolescência, quando o pai comprou um lote ainda na fase de lançamento do negócio, agora Carlos Henrique desfruta de tudo isso com a mulher, Isabel, e a filha, Juliana. “Contamos com uma infraestrutura excepcional. Essa qualidade de vida não tem preço.”

De fato, é complicado falar em valores exatos quando se trata de luxo. O metro quadrado parte de um preço mínimo (no caso do Terras de São José, R$ 500) e vai bem além – entre as variáveis, conta muito a localização do lote dentro do condomínio. Um dos mais caros é o Fazenda Boa Vista, construído pela JHSF em Porto Feliz, no sudoeste do estado. Seus lotes medem de 5 mil a 8 mil m², ao preço mínimo de R$ 700 por m² – ou seja, um terreno ali não sai por menos de R$ 3,5 milhões. Para hospedar os convidados dos proprietários das casas, há um hotel da grife Fasano, projetado pelo paulista Isay Weinfeld, cuja estrutura horizontal, pousada na parte mais alta do terreno, dá vista para um dos 15 lagos do condomínio e para o pôr do sol arrebatador. As linhas modernas e limpas da obra de Isay, que combinam madeira com pedra, dão o tom da sofsticação das instalações campestres.

Sustentabilidade e segurança

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De modo geral, a preocupação com a sustentabilidade faz parte da gestão dos condomínios classe A: tratamento de esgoto, água de reúso, preservação de trechos de mata, replantio de espécies nativas e coleta seletiva do lixo. Alguns avançam: o Quinta da Baroneza conta com duas Reservas Particulares de Patrimônio Natural, que signifcam compromisso de preservar a biodiversidade local. Porém, o isolamento dos empreendimentos esbarra em críticas. Para a arquiteta e urbanista Lizete Rubano, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os projetos caminham contra o movimento mundial de integração e valorização dos espaços públicos. “A dimensão urbana pressupõe, essencialmente, a vida pública e, portanto, o convívio das diferenças.” Em contrapartida, há quem alarde as vantagens além-muros dos investimentos vultosos atrelados aos supercondomínios. “Os empreendimentos abrem frentes de trabalho. No caso do Terras de São José, são 5 mil empregos, sem falar nos impostos que recolhemos e que benefciam todo o município de Itu”, argumenta Rosaldo Malucelli, da Senpar Engenharia e Arquitetura, idealizadora do condomínio. O Terras de São José foi seguido pelo lançamento do Lago Azul Residencial e Golfe, em 1978, em Araçoiaba da Serra, próximo a Sorocaba. Depois de 20 anos, surgiu o Quinta da Baroneza, em Bragança Paulista. Atualmente, a Senpar é responsável por pelo menos cinco novos loteamentos de luxo na região de Itu, entre eles, o Terras de São José 2. Mas a vitrine de exclusividades é competitiva. Entre outros, o Haras Larissa, na cidade de Monte Mor, oferece uma das mais elogiadas hípicas.

Em São Roque está em construção o Vila da Mata, com projeto assinado por Marcelo Faisal, Patrícia O’Reilly e Randall Tompson. “Fugir da poluição foi o argumento de vendas em 1976. Hoje, a proposta de segurança convence mais”, resume Rosaldo Malucelli, da Senpar. A esse quesito, que exige dos condomínios grandes investimentos, somam-se outros fatores. “A praia, que em décadas passadas era o destino de lazer do paulistano da classe AA, perdeu preferência para o campo em razão do difícil acesso ao litoral”, explica Roberto Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária que leva seu sobrenome. “O alto executivo passa a maior parte do tempo no escritório e quer um dia a dia mais prático. Muitos já optam por apartamentos funcionais, próximos ao trabalho, que simplifquem os serviços e o número de empregados, no lugar das habituais mansões. Eles deixam para usufruir plenamente dos luxos no fm de semana, quando partem com família e amigos para a segunda residência num supercondomínio próximo à capital.”

Preciosidades do campo

Famosa no segmento de construtoras focadas em altíssima renda, a JHSF lança a sexta fase do condomínio Fazenda Boa Vista, chamada de Villas da Hípica. Desde que foi inaugurado, em 2007, o empreendimento passa por ampliações e incrementações. Ricardo Guedes, diretor de incorporações, falou a ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO:

O que será o Villas da Hípica?

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Um conjunto de 11 casas de dois pavimentos e três suítes, com 208 m², assinadas pelo arquiteto Gui Mattos, dentro da Fazenda Boa Vista.

Empreendimentos que levam nomes de peso da arquitetura atraem clientes?

Um imóvel assinado por um arquiteto renomado é valorizado por aqueles que buscam viver bem. Outro aspecto é que tem seu valor de mercado aumentado ao longo do tempo.

Há grandes áreas verdes no estado de São Paulo que acomodariam novos supercondomínios?

O crescimento recente do país reduziu terrenos disponíveis de grande porte na cidade de São Paulo. Mas existem muitas regiões no interior e em outros estados para acomodar condomínios de alto padrão.

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