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Aceite as mudanças na sua vida

Deixar para trás o conhecido, mas pouco estimulante, é pré-requisito para uma vida mais vibrante. Crie uma versão mais interessante de si mesma!

Por Raphaela de Campos Mello
Atualizado em 20 dez 2016, 15h24 - Publicado em 25 Maio 2012, 13h28
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Apesar da natureza estar em constante movimento, muitas vezes optamos por estacionar. Enraizamos na mesmice e, em nome de uma suposta segurança, desperdiçamos oportunidades.

“Reinventar-se é criar o novo. É o que nos dá a confiança de fazer diferente, buscar o desconhecido, olhar para aquilo que até então nos parecia estranho”, opina a psicóloga junguiana Neiva Bohnenberger, de São Paulo.

Quantas mulheres cabem dentro de você? Quantas vidas você é capaz de sorver num gole só? “A vida é movimento, metamorfose. Os corpos mudam o tempo todo e desencadeiam novos comportamentos. Trata-se de um processo gradativo, sem saltos”, diz Regina Favre, filósofa, terapeuta, educadora e criadora do Laboratório do Processo Formativo, em São Paulo.

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Veja bem. Não queremos que você vire uma insana, que vivencia o maior número possível de personagens. “Reinventar-se está longe da ideia de imaginar um ‘eu mirabolante’. É atribuir significados interessantes ao passado, aceitar a si mesma e apreciar o caminho para ampliar a consciência e os espaços criativos”, pondera a psicoterapeuta paulista Claudia Riecken, especialista em terapia breve.

Abrir-se para esse processo é o mesmo que escancarar as comportas da vitalidade. Recuperamos o senso de valor e utilidade, sentimentos fundamentais para deixar nossa marca no mundo. “Assim, nos sentimos vivas e voltamos a acreditar no amor, na carreira, nas pessoas…”, afirma Claudia.

A importância do desânimo

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Pode soar paradoxal, mas o desânimo é importante nesse processo. Um exemplo: alguém que assume uma nova posição no trabalho mostra-se empolgada, estimulada. O tempo passa, suas tarefas deixam de ser interessantes e ela fica apagada. Esgotam-se as possibilidades de crescimento atreladas àquela vaga e a funcionária precisa de novos desafios.

As mudanças de cenário, em qualquer área da vida, servem para não nos afundarmos na areia movediça. “Se a pessoa freia o processo de mudança, experimenta a automatização do comportamento, o empobrecimento da experiência, a limitação da curiosidade e da aprendizagem, sintomas que podem virar uma depressão”, alerta Regina.

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Liberte-se da acomodação

Mudança não é uma jornada simples, sobretudo para quem é avessa a aventuras que embaralham a rotina. No entanto, trata-se de uma reformulação vital. Do contrário, corremos o risco de morrer “asfixiadas” por pura e simples falta de motivação.

De acordo com Regina Favre, a reinvenção de si mesma pressupõe a travessia de três etapas. As duas são bem angustiantes, porém, libertadoras: aceitar o desmanche daquilo que conhecemos (um traço de nossa personalidade ou um relacionamento, por exemplo) e sustentar o período de incertezas – ou o que a terapeuta chama de limbo. A terceira é acolher o recomeço. “Nesse processo, podemos expandir, minguar, parar. É natural. O importante é se manter aberta aos acontecimentos”, afirma Regina.

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Facilita e muito ter clareza de onde você está, aonde quer chegar e o que deseja encontrar do outro lado. Caso você esteja confusa e nem saiba o que quer, podemos iluminar o seu caminho com a seguinte pergunta: “O que eu preciso fazer para viver sem arrependimentos?”

Você vai mudar, mesmo sem querer

Cedo ou tarde, sua vida vai ser modificada, mesmo que você não queira. “Muitas vezes, mudamos porque somos impulsionadas por acontecimentos dolorosos ou de grande paixão inesperados. Poucas vezes isso acontece pela simples busca por mudanças”, constata Neiva. Logo, precisamos baixar a guarda, tranqüilizar o coração e compreender o que aconteceu.

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É nessas horas de instabilidade que nossos talentos adormecidos acordam. “De repente, temos de nos aproximar de um dom ou atividade. Aí, encontramos forças que nos levam a experimentar algo inédito”, acrescenta Regina.

Por isso, precisamos ficar ligadas no mundo, colhendo referências em livros, filmes, conversas e viagens. É como se sementes começassem a germinar dentro de nós, nos sacudindo e fazendo brotar idéias que parecem inofensivas. Em pouco tempo, algo que parecia um “delírio” se converte em novas ferramentas cotidianas.

 

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