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4 práticas corporais benéficas ao bem-estar

Conheça 4 práticas corporais que proporcionam um bem-estar geral - físico, mental e emocional - e, de quebra, contribuem para uma boa postura

Por Katia Stringueto
Atualizado em 15 dez 2016, 12h31 - Publicado em 11 jun 2012, 20h59
pratica-corporal

Nem toda hora é de estica, pula e corre. Às vezes, porque estamos num momento mais introspectivo da vida, ou por opção, uma questão de gosto pessoal, o ritmo de atividade física precisa ser mais suave.

Ninguém discorda de que é necessário se mexer. O corpo precisa e a cabeça, você sabe bem, só tem a agradecer. Mas quando nadar, correr, lutar caratê ou jogar tênis está longe de seu ideal de treino, você pode dar um tempo exercitando o corpo de uma maneira que ainda não tentou. Por exemplo, por meio do pilates. Ou algo inusitado como a técnica de Alexander, o método Feldenkrais ou até mesmo o rolfing que você vai conhecer a seguir. Surpresa com a sugestão? Pois especialistas, sem preconceito algum, garantem que toda forma de movimento vale a pena.

“Sempre podemos variar as fontes para o aprendizado do corpo. O importante é que cada pessoa encontre o método com o qual se identifica. Para não parar logo depois do primeiro mês”, diz a fisioterapeuta Gerseli Angeli Silva, coordenadora científica do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte (Cemafe) da Universidade Federal de São Paulo.

Os métodos citados visam aumentar a consciência corporal. E qualquer técnica que faça isso, bem orientada por um profissional, melhora a aptidão física – a capacidade de realizar um trabalho muscular de maneira satisfatória. Qualidade fundamental para enfrentar os dias de hoje.

 

Experimente uma (ou todas) 

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Essas práticas estimulam a consciência corporal, alongam e, com exceção do rolfing, fortalecem a musculatura. Todas buscam o bem-estar geral (físico, mental e emocional) e, de quebra, contribuem para uma boa postura, o que resulta em um corpo mais bonito e elegante.

1. Foco no alinhamento

 

De todas as práticas, o pilates é a que oferece maior possibilidade de sobrecarga – um estímulo superior para que a atividade física continue fazendo efeito no decorrer do tempo. “Chega um momento em que os demais métodos mantêm a pessoa alongada, mas não mais despertam o condicionamento físico (por isso, torna-se necessário acrescentar algo como musculação, caminhada ou pedalada)”, afirma a fisioterapeuta Gerseli Angeli.

 

O pilates, no entanto, exige uma adaptação constante, graças ao uso de aparelhos e equipamentos apropriados. Há aulas em pequenos grupos ou individuais. As primeiras acontecem no solo, com a ajuda de acessórios que intensificam o esforço. As particulares são orientadas exclusivamente em aparelhos. A arte do controle do corpo e do movimento, como definiu o alemão Joseph Hubertus Pilates (1880-1967), idealizador do método, conduz o praticante a um alinhamento perfeito. Dá maior destreza, estabilidade, resistência e força, especialmente abdominal. “É também uma lição de autoconhecimento porque essa tomada de consciência do corpo nos leva a cuidar da vida com mais propriedade”, diz Inélia Garcia, representante do método Pilates no Brasil.

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2. Acesso aos bloqueios

 

Cabeça caída, ombros tortos, peito retraído… Se o jeito como você se coloca na vida está inadequado, é preciso voltar ao eixo. A Integração estrutural ou rolfing, como é mais conhecida a técnica criada pela bioquímica americana Ida Rolf (1896-1979), revisa todo o corpo e o coloca em melhores condições para enfrentar a força da gravidade.

 

Difundida a partir da década de 1960, ela foca no alongamento acima de tudo. Por isso, algumas pessoas sentem muita dor. E outras adoram – já que há um efeito relaxante no final. Cada sessão tem de 60 a 90 minutos. Por meio da manipulação do corpo do paciente, a terapeuta libera tensões da fáscia – tecido conectivo que envolve as células, os ossos e as fibras musculares. “Pressionando de forma adequada é possível acessar bloqueios que estejam inibindo a qualidade do movimento”, afirma Eliana Ribeiro Grotti, rolfista e fisioterapeura do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

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“Ao terminar a sessão, a paciente caminha, sente como está o apoio dos pés no chão e percebe a mudança. É uma informação que chega ao córtex, que apreende o jeito correto de comandar o gesto.” O melhor é que, ao colocar o corpo em bases mais estáveis, o efeito dessa prática transborda para o lado emocional. Nossas atitudes também ficam mais firmes.

3. Atenção plena

 

O método Feldenkrais se divide em duas modalidades: uma de atendimento individual, em que o instrutor conduz o aluno pelo toque; e outra, mais ativa, se destaca pela prática em grupo. “Neste segundo exemplo, o foco é a consciência pelo movimento. Por isso, as sequências são feitas bem devagar e em sessões de, no máximo, 50 minutos, que é o tempo máximo que conseguimos prestar atenção em uma aula”, explica a professora paulista Mariana Huck.

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Tudo é bem metódico. Pode haver uma sequência de movimentos de bruços, de costas, rolando, sentada, em pé ou em posturas invertidas, como na ioga. Enquanto o aluno executa uma ordem, é convidado a perceber como está a respiração, se o peso está maior sobre o quadril direito ou esquerdo e como se comporta o restante do corpo.

 

Os movimentos suaves concebidos por Moshe Feldenkrais (1904-1984) podem parecer pacatos demais, mas dão uma percepção total do esqueleto. No final da aula, qualquer que seja ela, a sensação é de vitalidade. A amplitude do gesto aumenta da mesma forma que o conforto em sua execução. Na mesma proporção, o risco de dores e lesões diminui.

4. Somente o necessário

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Desenvolvido pelo ator australiano Frederick Matthias Alexander (1869-1955) há mais de 100 anos, motivo que o faz ser bastante procurado por artistas, o método Alexander foi concebido para evitar as tensões desnecessárias. Quando você se senta, por exemplo, tende a puxar a cabeça para trás e para baixo? Errado. Numa aula da técnica, o professor não só orienta verbalmente como você deve se sentar, como conduz seu corpo ao movimento correto lembrando que os pés ficam apoiados no chão, os joelhos dobram e a cabeça simplesmente acompanha o trabalho. Da mesma forma, corrige a má postura durante uma ligação telefônica ou a de um músico que segura incorretamente o instrumento.

 

Nas aulas, de 30 a 40 minutos, o aluno é ativo o tempo todo: andando, deitando, sentando, ou desempenhando atividades cotidianas. Com o tempo, a musculatura aprende a fazer seu papel. “É isso que proporciona um tônus apropriado – seja para alongar, seja para contrair”, explica o professor Reinaldo Renzo, de São Paulo. Quando contraímos muito a musculatura, uma consequência natural é diminuir o espaço entre as articulações. Encolhemos mesmo, o que provoca dores e se reflete até na respiração, que poderia oxigenar melhor todo o sistema, se estivesse mais livre. “O método oferece a oportunidade de parar de fazer o desnecessário para que o necessário aconteça de forma desimpedida. Até a ansiedade diminui porque você está mais atento e, portanto, tem a chance de escolher de que forma quer responder a um estímulo estressante”, afirma Renzo.

 

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